Objetivo Analisar, do ponto de vista perceptivo-auditivo, os efeitos do uso profissional e social da voz na qualidade vocal de mulheres, em um intervalo de tempo de duas horas e 30 minutos. Métodos Pesquisa do tipo caso-controle, formada por dois grupos: grupo de uso profissional da voz, com 31 professoras, faixa etária de 28 a 59 anos e grupo de uso social da voz, com 42 mulheres, faixa etária de 31 a 59 anos, sem o uso profissional da voz e sem queixa vocal. A coleta foi realizada pela manhã, em dois momentos - antes da primeira aula e após duas horas e 30 minutos -, na própria escola em que as professoras lecionavam e consistiu em leitura de frases. O grupo de uso social seguiu os mesmos padrões de gravação, com uso da voz na residência de cada participante. As vozes foram avaliadas de forma perceptivo-auditiva por dois avaliadores experientes, comparando-se as emissões antes e após o uso e classificação de melhora, piora ou similaridade entre os momentos. Resultados Os grupos não apresentaram diferenças entre as vozes, comparando-se os momentos antes e após o uso da voz. Nos casos em que houve modificação do padrão vocal, a rugosidade foi o parâmetro perceptivo-auditivo mais frequente nos dois grupos, porém com baixo grau de alteração. Conclusão O uso social e o uso profissional da voz, decorrente da atividade letiva, no período de duas horas e 30 minutos, não causaram alterações na qualidade vocal, analisada de forma perceptivo-auditiva.

Purpose To analyze the effects of social and professional voice use in the voice quality of women in a time frame of two hours and 30 minutes using auditory-perceptual evaluation. Methods A case-control study with two groups: professional voice users, with 31 Belo Horizonte school teachers aged 28-59 years; social voice users, with 42 females aged 31-59 years with no occupational voice use. The data was collected at two time points, in the morning period, before starting the use of voice and after two hours and thirty minutes. The subjects were instructed to read sentences in their normal speaking voice. The same recording scheme was used for the group of social voice use, with normal use of the voice in the home of each participant. The voices were evaluated through an auditory-perceptual assessment by two experienced raters who compared the emissions before and after voice use and determined whether there was improvement, deterioration or similarity between time points. Results Both groups had a higher frequency of similarity between the voices before and after the vocal loading according to the auditory-perceptual evaluation. In subjects with changes in their vocal patterns, roughness was the auditory-perceptual parameter that changed the most for both groups, albeit with a low degree of deviance. Conclusion The social voice use and the professional voice use resulting from the teaching activity, both during two hours and thirty minutes, caused no changes in voice quality as evaluated by auditory-perceptual analysis.